domingo, 21 de agosto de 2011


- A música é ouvida de outro modo. Execução por canais, às vezes silenciosos, inaudíveis mesmo, celebrantes contudo de outra espécie de reunião. A música se faz mais rápido e com maior acesso, sem mais atravessadores. Todos podem compô-la.
- Sim, há essa mudança. Não se dá notícia, entretanto, de uma comemoração imediata. Este ponto é o mais avesso à dança, à idéia que você desenvolve, Bembe.
- Claro, os transmissores ocupavam antes um lugar que hoje são dos próprios usuários-ouvintes-executores-dançarinos.
- Os condutos se multiplicam, entretanto não há sucesso, descoberta conjunta, plataforma de lançamento, rosto e rito de emissão.
- Sim, a música e seu modo de ser mediada compõem uma só peça, uma outra forma de estar no tempo e no espaço de cada um.
- Sim, é para cada um, feito código. O que você ouve? Qual é o aparelho? Em qual tempo mesmo?
- Só o que vem de agora. Não dá para assobiá-la.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


Não há mais música.
Não se ouve mais uma difusão aberta, um contágio por conta
da canção que toma a hora e a cidade.

Bembe contrapõe o que penso e digo logo pela manhã.

- Os jovens escutam, continuam a celebrar.

- Onde?
Onde não há canais de transmissão, nem festa, apenas o veio de uma única escuta,
maquinal, exposta em rede.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Na casa dividida com minha mulher, faço reentrada. Logo após cerimônia búdica,
tudo causa espanto. Meus próprios retratos ao lado de Bembe, enfileirados ao lado do
anjo-vela comprado no Incensário Entreposto Natural.
Pouco a pouco, retomo a pesquisa concentrada que é em escuta de música.
Novos sons introduzidos no I-Podium: um coro negro das Ronettes em nome de uma
compilação em torno de Phil Spector. Muro-de-som. Barreira da hora, tendo meu corpo
como a única cicatriz do que se chama ainda "meu pai". Resume Bembe com felicidade:
seu pai agora não existe. Apenas o rastro, algum naco de poema-bodisavtha a ser relembrado
ao caso não coincidente de desaparição, orfandade absurda crescida a cada hora. Telenovena
herdada involuntariamente quando se respira o ar, sem que se saiba.

sábado, 20 de novembro de 2010

Entro, depois de um mês da morte paterna, no recinto estrito: a sala de evocações dos Meditadores Urbanos. Trata-se de um rito entre o falado e o imediatamente cantado, sob a pauta de uma cifra poética em ocorrência nos planos superiores, invisíveis, pontilhados por trilhas de neve e explosões de safira a cada silabar. Mântrico e reservado, o rosto de pai se forma por força da poesia tão renegada por ele em meu caminho. Então, consigo derramar uma espécie de lágrima e purgação pela palavra. Pelos riachos estriados pelas emanações búdicas, o
pai parece retomar sua viagem após o táxi, transporte pelo qual nos deu guarida e sobrevivência. Apenas um nome e seu nome será salvo. Táxi, táxi. Já na morte - não corra tanto papi (diz o aviso perpendicular ao volante com os retratinhos de suas crianças, ex-voto taxímetro, eu e Brígida, a família nuclear composta a cada rodada). Agora os reis azuis do gelo mais escarpado grita em seu nome e repetimos bodisawtha, body and sad tattoo (pai tardio sem rosto agora escalado na montanha mais alta). O canto não pára (é um coletivo ao avesso do ambulante-automático percurso pelas ruas desbravadas pelo I-Pod). Não pára por obra de um címbalo dévico-devoto ao respirar e à instintiva jornada de um indíviduo, ex-filho do todo, do corpo tomado pelo indício não-morto do nome do pai já longe daqui, mais e mais leve, tornado empresa da voz exterior do mantra e logo do silêncio. Levitado, enfim cumprido para história da pessoa que prossegue, desgarrada da filiação, em mei a um coletivo de novos budas e parentes de muitos outros mortos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Quero ver gente, voltar a dançar e comentar a dança em alguma linha incorporal de máquina e multidão solitária (na rede da roda do rol web aranha e aura de companhia).
Depois farei lista dos melhores discos já ouvidos na vida, sem pensar nem nada, fazer amigos, festas em correspondência, numa sideração saturada da existência possível quando dita, postada publicamente. Só assim. Depois de uma morte a distância, sem vela, nem voo no ponto morto do rosto imóvel a escavar em nós o limite onde estamos. Dança e dança. Depois um passeio pela avenida com lastro das últimas músicas inventadas nessa hora, última, imaterialmente testemunhada.
(Volto a me concentrar no Pavilhão do Coletivo Animal, animado a voltar à tese sobre globalidade, técnica e a canção que só toca agora)
Vou me esquecendo da morte de meu pai e não de meu pai, principalmente depois que fiz cerimônia em sua honra no bando dos Budistas Urbanos. Recitais em nome da neve, das flores, com foco na passagem do nome do meu pai no lugar meditado onde se risca com tábua palavras e cânticos o possível rastro da morte. Onde se pensa a morte. Onde não se pensa. Então, meu pai se vê encaminhado por um grupo testemunhal cada vez mais distante, descarnado de todo o juízo circulante, conhecido um dia.
Sob o fundo da música. Oferecemos nosso tempo (uma noite de domingo) e depois louvor cruzado com bebidas não alcóolicas. Repetições de letras intermináveis de canções. Meu pai, então, passa como alguém existido nesse contínuo timbre que vem a ser o vazio renovado. O vazio que o completa e nada mais posso saber, retornando ao meu vulto autômato, sumido noite adentro, instrumentado por meu (I) Podium.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

As coisas - e seus nomes - recaem - com seus sons respectivos, em seguida - sobre mim após o sonho remissivo, endereçado a meu corpo sob a folia coletiva, excedente, na noite em sequência à morte de pai (assimilada como ausência de um rosto).
Depois de horas de rádio autônomo, ambulante - proposição-tese - na roda musical de Animal Collective, na companhia de Bembe, entre noite-tarde tomada pela quadratura do site que ela produz como exigência de atuação, resposta ao vivido. Música, pensamento e desaparição das canções estocadas e dos textos inscritos nas telas, agora, só dessa hora.

domingo, 3 de outubro de 2010

Alto sonho erótico - alardeado e completo em si sem destinatário.

Soma de tudo vivido e nunca por se preencher, dando-se como sonho
(numa senha ou, talvez, sombra de senso).

Um homem desconhecido dá carona a uma mulher que o escolhe para avançar dois bairros durante a chuva (Abrigo Meriva) -
Ele se condói ao perceber que a caroneira deixou-lhe um brutal tesão - Ele fala,
o motorista, sobre o que mais deseja. Passa a expor em voz alta o que pensa em repentina
exibição do pau sob o punho direito, no meio do trânsito - Estou com um puta tesão naquela
que entrou por pouco - No carro, na minha história - A mulher falou onde trabalha (Ele vai
até o celular e resolve tudo. Colhe informação onde encontrá-la e logo sua cabeça baixa não para se sugar em volta-cobra de acrobata, mas para colocar a prega da buça em primeiro plano, tal qual a réstia de um falo colhido por trás de quem o vê).

Assito ("eu") a cena, deitado com alguém (indiviso) - Há uma tv que se desfoca nesse auge do encontro (mirim, mínima) a transmitir o desejo do motorista do Meriva - "Não há como colocar cor na imagem?" (Pergunto, eriçado, a encostar minha pica no pé da pessoa deitada comigo).
E, assim, gozo com o consentimento comparsa, mudo, assim distraído a mirar o mesmo resíduo de filme, a obter tudo pela imagem frágil, borrada, tal como explodo na real e acordo com o creme, a água, a prova de corpo dissolvido que tenho em mim.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tenho uma noite diferente de todas. É o que sempre acontece. No caos sem nome, sem notícia nem remissor.
Mas acontece que essa atravessou um acontecimento. Em volta de quem não vi o rosto ao final. O pai. Em supressão definitiva da origem. Morte no paralelo. Filho incomunicável, tardiamente telefonado pela madrasta ao Nordeste.
Depois de Brígida (irmã) ter comentado a morte sem chance de tempo de tomar um avião até Pernambuco. Tudo no último minuto, como a confirmação de que depois do fim da família pai não poderia mais reatar outro vínculo. Principalmente, depois, no momento controverso em que não mais estava com ele. Dentro do metrô, nada sabia, de que não veria mais seu rosto - enquanto seguia as estações no embalo da música I-Pod imediatamente transmitida no momento de sua exibição pública.

domingo, 26 de setembro de 2010

Vem uma pergunta precipitada, com um corpo quase, desatrelado de mim e do que está cercando (Bembe não está em casa, nesse início de noite). Recaio em minha história reescrita de repente com a morte de pai. No Recife. Por um súbito lastro de doença. A pergunta vem como sorteio ou dimensão do fundo do cotidiano. Uma teledramaturgia totêmica, estilhaçada - Minha história entre tese, cuidado com a saúde e o toque da música (caminhada, terapia, mapa). Plano de produção novelesca noite a noite: Um foco de economia. Um crime de empresa. Uma filiação oculta a ser revelada. Sob a exposição e a supressão do desejo em meio a beijos e escalamentos de atores em fila no teatro do mundo.

sábado, 25 de setembro de 2010

Quando retorno para casa, a ligação do Rio volta - a cobrar - para dizer em pranto seco, pela boca de minha única irmã: papai morreu há menos de uma hora. Estou acoplado ao I-Podium. A música do Pavilhão (Animal) ainda toca e então verifico que é hora. Há horas, não tenho o rosto mais nítido de meu pai, vermelho e repositivo das palavras vibrantes pelo ar. Gostava ele de dizer e fazer um batuque na mesa ou na parede como um acompanhamento. Existem refrões que só são dele - "isso é bom pra tosse" (...) "é brincadeira, rapaz". Não sei porque não choro, estrangeiro, exilado do corpo dele. Fico só ligado nas adjacências e não cai nada de mim em torno do seu rastro. Dele, um pai. Mais nada, senão o meu olhar vigilante sobre vazio e uma espécie de sintonia espalhada pelo ar, por tudo que é respiro.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

QUANDO OUÇO MEU RÁDIO, LEMBRO-ME DE ALGUMA COISA A FAZER, ESTANDO NAS PROXIMIDADES DA ESTAÇÃO DE METRÔ. É TUDO UMA SÓ VIA.
OS LIVROS QUE LEIO CABEM NUMA CITAÇÃO DE CORPO INTEIRO, SEM DIFERENÇA ENTRE O INICIAL DOMINGO E O MEIO DA QUINTA - ENTRE UM BAIRRO PONTUADO POR PARADAS DE TRANSPORTE E AS FIGURAS QUE SÓ SAEM À NOITE EM RESPOSTA AO QUE PENSO QUE APENAS EU VEJO.
NÃO ME DESCOLO DO FILME 'A MULHER CANHOTA', DIRIGIDA PELO PRÓPRIO AUTOR DO LIVRO (HANDKE). O ESTRONDO DO COTIDIANO POR UMA VIA SUTIL. COMENTO ENTRE UM INTERVALO E OUTRO DA TESE NO MESMO MINUTO QUE MINHA IRMÃ POR TELEFONE A COBRAR VINDO DO RIO DIZ SOBRE A SÚBITA INTERNAÇÃO DE MEU PAI, QUE MORA NO RECIFE.
MEIO DO TEMPO: BEMBE ACABA DE RECEBER MENSAGEM ESCRITA DO NOSSO FILHO (DELA, BIOLÓGICO, MEU, ADOTIVO QUERIDO SEMPRE PRESENTE NO LUGAR DAQUELA CRIANÇA QUE PERDEMOS NO FIM DOS ANOS 1980 DEPOIS DA FOLIA DO ROCK IN RIO. DEPOIS DA LAMA PÓS WOODSTOCK/UDIGRUDE NUM REVIVAL DE FIM DA JUVENTUDE. AMOR SOBRE A MESA. B 52'S ESTÃO NA VIZINHANÇA).

- Pois é, meu pai, digo para Brigida a relatar o mal-estar no fígado e um lastro cancerígeno. Pois é, saio sem ouvir música, nem Animal, nem rastro de tese. Um senhor velho, como aqueles escriturários-mapeadores de Handke, cochila sobre seu escrito num dos vagões do metrô. Ele carrega lápis de cor e dorme sobre sua anotação.
Durmo pouco. As pessoas vistas na Avenida full time forum dos temas urgentes não me deixam. Minha conversa com o conhecido da aula de ginástica me leva de um ponto a outro do tempo como num exercício estritamente físico.
Na hora do café, Bembe se confessa, também, num sono entrecortado ao longo do sábado vivido no contraste entre nosso cansaço e o que se passe. Em volta. Entre pessoas e o som que chega download. Vamos cortando nossos pães e falando da arquitetura do blog que ela produz: uma forma de montar uma função visível no mercado. Consultoria. Assessoria de design e modos de vida urgentes (tendo por eixo comunidades e tecnologias em autonomia).
Emendo com tudo o que sinto sobre o disco hipercomentado do Animal. É impactante ouvir "My Girls" na Avenida Paulista assim que o crepúsculo se funde com a iluminação de ponta a ponta tocada pelas pessoas que começam a sair de casa em busca daquele recanto: o ponto-de-escuta da música e de passagem infinda de criaturas que esperam por outras ou por ninguém, tão-só o mesmo ar que respiro, denso compacto desvirtuado por timbres não revelados de som. Ou tudo o que faz vibrar as silhuetas I-Pod (Eu Pódium) e o mistério das músicas que as seguem.
Vou me concentrar nesses pontos - centrado na tese que faço sobre música, cidade, transnacionalidade, cultura tecnoportátil. Tomado, por outro lado, pelo coração necessitado de respiro, caminhada forçosa, abismada em multidão (dentro ou fora de casa, em volta ou no voo do som).

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Entro em casa mais tarde do que supunha. Minha caminhada deu em contemplação dos habitantes que passam em festival e conversa desatada. Bembe me pergunta onde estive e acabo relatando um pouco do que ocorreu na Avenida com a sensação vertiginosa de estar contando exatamente. Vou deixando as compras sobre o móvel da cozinha. Nosso whippet quer me derrubar à procura de vestígios comestíveis, quando tudo parece ser recente, com a contraface da rua. Depois de horas, fico sem saber onde deixei meu rádio-porta-passagem (como chama o aparelho I-Pod tão evidente para quem não pára em casa). Só quase na hora do dia terminar, me dou conta que guardei o aparelho dentro de um livro que sempre carrego como contrapeso a possíveis interrupções de som e pensamento. Há um ruído estrobo em volta no momento em que vou dormir. É o vizinho, ligado em som como eu, que está começando uma festa urgente, no fim-de-semana, no fio de tudo que sou, vivo e acabo, em conjunto, sentindo.

sábado, 10 de outubro de 2009

Em busca das pessoas que já estão aqui.

Dou um tempo para o chá verde que os camelôs ostentam. Alguns preveem a chuva e já oferecem capas plásticas acopladas com capuz. Um antigo colega de Academia me reconhece enquanto procura por chá e capa. Pergunta rapidamente porque não faço mais ginástica. Lembro-me que o chamava de Junior e da confissão feita por ele sobre um dia difícil com a família numerosa com quem tinha ainda de viver. Pois emprego acabou. Era o que dizia, entre a concentração nos aparelhos destinados à beleza física e um gole d'água simultâneo à respiração. Uma família invasiva. Sua palavra ecoa agora só em breve cumprimento justo no instante em que tomo um copo de chá verde e me desligo do meu utensílio sonoro de ouvido, limitando-me a observar o sentido do Evento como um dado contíguo, intimamente relacionado com as faixas que selecionei para a caminhada de tarde-noite. "Só estou andando", digo para Júnior. Urbanismo e Arte. Somos convocados a sair de casa. Manifestações diversas, diminutas. Os habitantes da cidade querem apenas levar à via pública seus modos secretos de ser, dessa vez, no exato dia de hoje, como um programa às avessas da produção diária: um outro tipo de função e meta. Uma causa a ser buscada ao ar livre no compasso das diferentes vontades. Todos devem portar uma legenda, a menor que seja. Os camelôs tinham metade da razão - a conjunção cinza no céu se resolve como um chuvisco. O número de passantes aumenta.
Estou ligado a uma faixa de música cujo nome desconheço. Atravesso duas estações de metrô (pelo lado de fora, calçada a calçada), sem interromper a escuta do primeiro disco do Animal Collective. Meu coração precisa de bombeamento, alta pressão ambiente sobre ele. Por isso mesmo, é mais do que rugente (mais que urgene) ver de novo o ambiente, agora de fora, nas ruas abertas em comemoração ao Semestre, ao Evento imperceptível que passa.
As pessoas se soltam. A primeira provocação é um beijo, mão na mão, entre os do mesmo sexo. Anos à luz da música. Repaginação da história sem pátina. Atravesso a já formada multidão no corpo musical de um disco inteiro, que vem a ser meu ouvido em fiações desencontradas. O nome Celita volta. Desejei aquela (mulher em roupa cintilante para a madrugada) em uma festa apertada. Festa de apartamento. Não havia walksound naquela época. Assistia-se à lenta mutação dos vinis para discos em laser. A festa em que Celita queria viver algo imediatamente com alguém - eu, entre todos os presentes - significava a contemplação dessa passagem: os vinis finais raspados na órbita acelerada dos sulcos (tal qual um turbilhão em mandala, um mandamento guiado só por música feito para ser gasto ao infinito).

sábado, 2 de maio de 2009

Temi não encontrar mais meus escritos na lousa veloz onde me reúno com os invisíveis vivos.
Tentei voltar mais cedo do metrô no dia do Evento Semestral de Cultura nas ruas, pois encontrei com uma pessoa que me conhecia há anos e eu não conseguia lembrar-me de onde, dando espaço e tempo para a recordação. Passei a ouvi-la no coração do tumulto urbano.
Não conseguia dizer eu. A pessoa resolveu se desgrudar do fone, logo me contando o que estava ouvindo e perguntou sobre minha curiosidade incessada por música. Deu provas de que danço e não deixo em paz Animal Collective por onde passo e páro. A pessoa se apresentou no dia do Evento Semestral. Falou-me da festa há muito meses.
Tentei não encontrar mais meus escritos. A pessoa diz que me espera com um texto logo mais à noite depois de retornar do Evento Cultura nas ruas, enquanto em casa tento recuperar onde antes eu estava quando ouvíamos Animal. Celita esse é o nome. Agora tento inventar um rosto para ela, que demora há dias do encontro nas ruas. Para não mais.